Estratégias de Expansão Internacional – Joint Ventures
As estratégias de expansão internacional e global podem materializar-se de várias formas, desde a exportação direta até às joint ventures e estabelecimento de subsidiárias, passando pelas alianças estratégicas e aquisição de empresas.
Em muitas circunstâncias, as empresas poderão decidir que a sua expansão internacional trará mais e melhores resultados se envolver uma forma de relação externa com outras empresas. Uma relação externa nestes casos é uma relação contratual entre a empresa nacional (home company) e a empresa no mercado alvo em questão (host company). Essencialmente, a empresa nacional deixa de ter controle total sobre alguns aspetos da sua estratégia internacional. Algumas razões para desenvolver este tipo de relação são:
- Aprender – sobre o país e a sua cultura, sobre a tecnologia utilizada, organização e recursos da empresa local
- Minimização de custos e redução do risco – por exemplo, custos de produção inferiores, I&D e sistemas regulamentares distintos;
- Factores de mercado – acesso e distribuição em mercados externos, posicionamento competitivo e apoio ao cliente.
A natureza da relação é claramente importante para determinar o sucesso do novo empreendimento: o conceito de propriedade é um bom ponto de partida. Deverá o novo empreendimento ser integralmente detido pela empresa nacional (como no caso de uma subsidiária), sendo as relações externas resumidas a outros elementos da cadeia de valor, como clientes e fornecedores? Ou deveria ser uma joint venture, em que há participação no capital da parte das duas empresas (home e host)? Poderia ser simplesmente uma aliança estratégica, com uma forma de cooperação mais ténue? A resposta a estas questões vai depender da empresa e da sua situação estratégica. No entanto, é possível fornecer algumas orientações sobre os factores que irão determinar o provável sucesso de relacionamentos externos (ver quadro abaixo).
Fatores determinantes de sucesso
Complementaridade | Os parceiros devem trazer diferente recursos para o relacionamento |
Acordo sobre objetivos | A não ser conseguido, o relacionamento será difícil |
Estratégias e culturas compatíveis | Não têm de ser semelhantes mas tem de existir algum grau de empatia |
Manter recursos e competências chave | A empresa nacional deverá manter o controle de elementos estratégicos importantes |
Acordo entre stakeholders | Não deverá haver conflito aqui |
Baixo riso de o host se tornar concorrente | Ocasionalmente, a empresa local torna-se concorrente no mercado alvo |
O que é uma Joint Venture
Joint venture é uma expressão de origem inglesa, que significa a união de duas ou mais empresas já existentes com o objetivo de iniciar ou realizar uma atividade económica comum, por um determinado período de tempo e visando, dentre outras motivações, o lucro. A forma mais típica de joint ventures é um empreendimento 50/50, em que cada empresa fundadora detém 50% do capital e contribui com recursos humanos para a sua gestão operacional. Alguns exemplos em Portugal:
Vantagens das Joint Ventures
- A empresa beneficia do conhecimento do parceiro local sobre o mercado, incluindo cultura, língua, sistema político e ambiente negocial.
- Quando os custos de desenvolvimento e o risco de abrir um novo mercado externo são elevados, a empresa nacional beneficiará se partilhar esses custos e riscos com uma empresa local.
- Em muitos países, considerações políticas tornam as joint ventures a única forma de entrada no mercado, através de Investimento direto (ex: China).
- Menor risco de nacionalização ou interferência da parte do estado, devido aos interesses instalados do parceiro local.
Desvantagens das Joint Ventures
- A empresa que entra numa joint venture arrisca ceder o controle sobre a sua tecnologia ao parceiro local. No entanto, o acordo pode ser construído para minimizar o risco. Uma opção é deter a maioria do capital, de forma a exercar maior controle. Mas será difícil encontrar um parceiro disponível para aceitar esta situação. Outra opção é bloquear o acesso a determinada tecnologia considerada essencial, ao passo que partilha outro tipo de tecnologia.
- O acordo pode levar a conflitos pelo controle da joint venture, se os objetivos ou a estratégia de ambas as empresas mudarem. Estes conflitos tendem a ser mais recorrentes em empresas de diferentes nacionalidades, e terminam com a dissolução do empreendimento. Estes conflitos são por vezes despoletados por alterações na capacidade negocial dos parceiros. Por exemplo, à medida que o conhecimento do mercado da parte da empresa nacional (home) aumenta, passa a depender menos do conhecimento da empresa local. Aumenta assim a sua capacidade negocial, levando a conflitos de interesse.
- O domínio do mercado local pelo parceiro local pode impedir a empresa nacional de ter contacto direto com os clientes.
- Poderá dar-se a impossibilidade de trabalhar com o parceiro local, devido a questões de cultura organizacional, confiança e cultura nacional.
Conclusão
Não há uma forma simples de determinar o sucesso de longo prazo de joint ventures. Uma coisa é certa: é muito importante investigar bem o mercado alvo e fazer uma boa escolha do parceiro local.
A parceria deve implicar oportunidades e benefícios para ambos os parceiros. Adicionalmente, deve existir confiança mútua e tolerância para que o empreendimento funcione. Em última análise, isto implica objetivos comuns.
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